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A Associação CLENARDVS tem como objectivo principal a promoção e o ensino da Cultura e das Línguas Clássicas, em Portugal e nos países de língua portuguesa.

É, essencialmente, uma associação de professores do Ensino Secundário e Universitário, que leccionam línguas clássicas, mas integra, também, nos seus corpos sociais, arqueólogos e historiadores, pois considera que a interdisciplinaridade é essencial para o conhecimento.

A Associação visa apoiar entidades e instituições públicas e privadas, escolas, alunos e docentes a integrar e promover projectos ligados à Antiguidade, levando à democratização do ensino da Cultura e das Línguas Clássicas e permitindo o livre acesso a este saber milenar.

REGISTE-SE AQUI e receba informações acerca das actividades desenvolvidas pela CLENARDVS.


CENTRO DE FORMAÇÃO CLENARDVS

O Centro de Formação de Professores CLENARDVS, credenciado, desde Março de 2018, pelo Conselho Científico-Pedagógico de Formação Contínua e tem organizado inúmeros congressos, colóquios e acções de formação acreditadas.

As suas áreas prioritárias de formação estão estritamente ligadas aos objectivos da Associação, devendo desenvolver-se, fundamentalmente, na área das línguas grega e latina; da Epigrafia; da Literatura; da Etimologia; da História e Arqueologia e da herança material móvel, através do conhecimento dos Museus Arqueológicos e imóvel (Sítios Arqueológicos).

ENCONTRO DE MITOLOGIAS

Com o objectivo de promover a formação contínua e a actualização científica de professores, a Associação CLENARDVS – Promoção e Ensino da Cultura e Línguas Clássicas, o Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, o Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e a Faculdade de Letras da Universidade do Porto estão a organizar o «Encontro de Mitologias», que decorrerá entre os dias 10 (14h30-18h00) e 11 (09h30-17h30) de Outubro de 2025, sexta-feira e sábado, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboapresencialmente e em regime on-line.  

Este encontro reunirá especialistas que têm vindo a reflectir sobre a importância das várias mitologias para a compreensão do mundo e para a formação integral do Homem contemporâneo e será certificado como acção de formação (14 horas – 0,6 créditos) para os professores dos Ensinos Básico e Secundário.

Poderá consultar o programa abaixo e inscrever-se através do código QR no cartaz anexo, do link https://forms.gle/n19eE6o7rL3JoQCk7 ou do e-mail centro.formacao@clenardus.com

PROGRAMA



MINOTAURO E OUTROS MITOS GREGOS e GUERRA DE TRÓIA E OUTROS MITOS GREGOS

As visitas guiadas pela Associação Clenardus: Promoção e Ensino da Cultura e Línguas Clássicas regressam à Quinta da Regaleira este mês, com visitas diurnas e noturnas.

O Minotauro e outros Mitos Gregos é a oportunidade para se caminhar pela Quinta da Regaleira na companhia da mitologia greco-romana.
Deuses, heróis e monstros são as personagens da visita temática, preparada pela Associação Clenardus. A visita é conduzida por Filomena Barata, arqueóloga e membro dos corpos sociais da Associação, e Fátima Monteiro, professora de línguas clássicas.
Sigamos Zeus e outros deuses, Teseu e outros heróis, o Minotauro e outros monstros através dos mitos narrados pelos diversos espaços da Quinta da Regaleira.

A Guerra de Tróia e outros Mitos Gregos é a oportunidade para se caminhar pela Quinta da Regaleira na companhia da mitologia greco-romana sob o manto da misteriosa noite que envolve o local. A visita inclui a «descida aos Infernos gregos» pelo Poço Iniciático. Depois, na Gruta de Leda, dá-se início à narração de alguns dos episódios mais famosos da Guerra de Tróia.
Deuses, heróis e monstros são as personagens da visita temática, preparada pela Associação Clenardus no âmbito do Projecto Apolo. A visita é conduzida por Sérgio Franclim, professor de Português e de Estudos Clássicos na TASIS Portugal e autor de diversos livros de mitologia.
Sigamos Zeus e outros deuses, Aquiles e outros heróis, Medusa e outros monstros através dos mitos narrados pelos diversos espaços da Quinta da Regaleira.

Visita diurna

MINOTAURO E OUTROS MITOS GREGOS

24 MAI, 14 JUN, 12 JUL, 09 AGO, 13 SET e 11 OUT 2025 | 11h00

Visita noturna

GUERRA DE TRÓIA E OUTROS MITOS GREGOS

29 MAI, 26 JUN, 30 JUL, 27 AGO, 25 SET e 30 OUT 2025 | 21h30

Ambas disponíveis apenas em português.


Bilhetes à venda em regaleira.byblueticket.pt

Mais informações em regaleira.pt | cultursintra.pt


Fotos: Quinta da Regaleira, por Luís Duarte

1. Poço Iniciático

2. Patamar dos Deuses, Deusa Ceres



MENSIS MAIVS

Mosaico do Museu de El Djem, na Tunísia.

A origem do mês de Maio gera alguma controvérsia e Ovídio, n’ As Metamorfoses dá-nos conta dessa problemática e das dúvidas que subsistiam.

O Mosaico do Museu de El Djem, na Tunísia, é, sem dúvida, influenciado pela versão da mãe de Hermes, deus Mercúrio da Mitologia Romana. Ora, em tempos muito antigos, em Roma, também existiu uma deusa Maia, que em nada tinha a ver com a deusa grega Mαῖα. O mês de Maio já nos primórdios em Roma era consagrado a esta deusa Maia. Com a introdução da cultura helenista em Roma, dá-se uma associação entre ambas as deusas, acabando por se tornar a mãe de Mercúrio.

Quaeritis unde putem Maio data nomina mensi? / non satis est liquido cognita causa mihi. (…)

Romulus hoc vidit selectaque pectora patres / dixit: ad hos urbis summa relata novae. / hinc sua maiores tribuisse vocabula Maio / tangor, et aetati consuluisse suae. (…)

quarum Maia suas forma superasse sorores / traditur et summo concubuisse Iovi. / haec enixa iugo cupressiferae Cyllenes / aetherium volucri qui pede carpit iter; (…)

at tu materno donasti nomine mensem, / inventor curvae, furibus apte, fidis.[1]

“Perguntais de onde eu penso o nome a vir a maio? / Para mim não é muito clara a causa. (…)

Rómulo o percebeu: escolher senadores / e da nova cidade encarregou-os. / Assim, os maiores a maio dão o nome, / penso que são cultuados pela idade. (…)

“Dizem que Maia superava em formusura / as irmãs, e com Jove se deitou. / No ciprestífero Cilena ela pariu / o deus que corta, alípede, o espaço[2]. (…)

Mas tu, deus dos ladrões, da cítara o inventor2, / deste o nome da mãe ao mês de maio.”[3]


[1] Publius Ovidius Naso, Fasti, Liber IV, vv.1-2; 71-74; 85-88;103-104.

[2] Deus Mercúrio.

[3] Ovídio – Os Fastos – tradução de Márcio Meirelles Gouvêa Júnior, Autêntica CLÁSSICA.



FESTIVAIS ROMANOS PÚBLICOS E PRIVADOS

MENSIS MAIVS

LEMVRALIA

Memento mori – Mosaico de Pompeius – Museu Arqueológico de Nápoles

As Lemuralia (Lemurales) ou Lemuria (Lemures) eram festividades que se celebravam nos dias 9, 11 e 13 de Maio para conjurar os lémures, as almas dos mortos. Estes dias eram considerados nefastos, portanto as populações durante estes dias não contavam com a protecção e ajuda dos deuses, evitando, assim, fazer negócio e trabalhar, pois poderiam ser mal sucessidos. Eram, portanto, dias dedicados aos deuses e apenas a actividade religiosa estava permitida.

O ritual destas festividades ocorria de noite e era realizado pelo pater familias. Assim, à meia noite dos dias 9, 11 e 13 de Maio, o pater familias levantava-se da cama descalço, enquanto todos dormiam e o silêncio reina em toda a casa, e introduzia o dedo polegar dentro dos outros, fazendo-o estar. Com este gesto apotropaico pretende afastar os malefícios ou desgraças e proteger-se dos mortos. Dirigia-se, então, a uma fonte e aí lavava as mãos, depois voltava-se e apanhava umas favas negras e atirando-as para trás dizia a seguinte fórmula: “Eu espalho estas favas, e por elas me redimo, e aos meus”. Esta fórmula era repetida nove vezes, sem olhar para trás, enquanto os lémures se ocupavam de recolhê-las. De novo se lavava com água e enquanto fazia soar um objecto brônzeo, repetia nove vezes a seguinte fórmula: “Manes de meus antepassados, ide-vos daqui”.

Segundo Ovídio, a origem destas festividades, remontam aos inícios da fundação de Roma, nomeadamente a Rómulo que as instituiu para que o fantasma de seu irmão fosse aplacado, que inicialmente foi apelidado de Remuria e depois por uma troca de letras passou a designar-se por Lemuria.

nox ubi iam media est somnoque silentia praebet, / et canis et variae conticuistis aves, / ille memor veteris ritus timidusque deorum / surgit (habent gemini vincula nulla pedes), / signaque dat digitis medio cum pollice iunctis, / occurrat tacito ne levis umbra sibi. / cumque manus puras fontana perluit unda, / vertitur et nigras accipit ante fabas, / aversusque iacit; sed dum iacit, ‘haec ego mitto, / his’ inquit ‘redimo meque meosque fabis.’ / hoc novies dicit nec respicit: umbra putatur / colligere et nullo terga vidente sequi. / rursus aquam tangit, Temesaeaque concrepat aera, / et rogat ut tectis exeat umbra suis. / cum dixit novies ‘manes exite paterni’ / respicit, et pure sacra peracta putat. / dicta sit unde dies, quae nominis exstet origo / me fugit: ex aliquo est invenienda deo. (…)

Romulus ut tumulo fraternas condidit umbras, / et male veloci iusta soluta Remo, (…)

umbra cruenta Remi visa est adsistere lecto, (…)

ut secum fugiens somnos abduxit imago, / ad regem voces fratris uterque ferunt. / Romulus obsequitur, lucemque Remuria dicit / illam, qua positis iusta feruntur avis. / aspera mutata est in lenem tempore longo / littera, quae toto nomine prima fuit; / mox etiam lemures animas dixere silentum: / hic sensus verbi, vis ea vocis erat.[1]

“À meia-noite, quando sono dá o silêncio, / e os cães e os vários pássaros se calam, / o homem que os deuses teme e cumpre os velhos tiros / levanta-se, e traz nus os gêmeos pés. / Juntando o dedo médio ao polegar, dá estalos, / p’ra que nenhuma sombra lhe apareça. / Quando, na água da pura fonte as mãos perlava, / vira-se, apanha adiante negras favas, / joga-as p’ra trás, mas antes diz: «Eu as espalho, / e pelas favas me redimo, e aos meus». / Nove vezes repete e não se volta: o espectro / as recolhe e, invisível o acompanha. / De novo, n’água, o homem se lava; soa o bronze / e roga de sua casa saia o espectro. / Nove vezes repete: «Ide, manes paternos». / Olha em volta e reputa pronto o rito. / Fogem-me a origem e o motivo de chamarem-se Lemúrias: algum deus revelará. (…)

Quando os manes do irmão Rômulo sepultou, / cumprindo ao veloz Remo as honras fúnebres, (…)

Viu-se achegar ao leito o fantasma de Remo, (…)

Quando a sombra, ao fugir, levou consigo os sonos, / Os dois [Fáustulo e Aca] ao rei a voz do irmão levaram. / Rómulo acata e de Remúria chama o dia / em que aos avós se levam oferendas.  No longo tempo, foi mudada em branda a rude / letra que aquele nome começava. / Logo, de lêmure chamou à alma dos mortos: / esse é o sentido e a força da palavra.”[2]


[1] Publius Ovidius Naso, Fasti, Liber V, vv. 429-446; 451-452; 457; 477-484.

[2]  Ovídio – Os Fastos – tradução de Márcio Meirelles Gouvêa Júnior, Autêntica CLÁSSICA.


Festa das Lemuria: os mortos e a religiosidade na Roma Antiga, Regina Maria da Cunha Bustemante, Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH • São Paulo, julho 2011


ARGEI

Os Argei são bonecos ou efígies de junco, que em número de 27 (ou 30) eram lançados ao Tibre da pons Sublicius, pelas virgens vestais, vestidas de luto, depois da procissão presidida pelos Pontífices Máximos e magistrados. Esta cerimónia tinha lugar anualmente, a 14 de Maio, em Roma.

O significado deste ritual e destas cerimónias é obscuro. Segundo Ovídio, e uma vez que os “Romanos atribuíam muitos feitos ao herói Hércules, aquando da estada dele na sua terra”[1], era comum haver imolações de humanos a Saturno pelos antigos povos Romanos e Hércules terá acabado com esses sacríficos e substituiu as vítimas humanas por homens de palha ou junco. Ensinou, assim, os habitantes do território itálico a sacrificar a Saturno e a acalmar a fúria divina recorrendo às efígies de junco atirando-as ao Tibre, em vez dos humanos.

Alguns adiantam que estas efígies representavam os companheiros de Hércules, que na sua maioria seriam oriundos de Argos e que como desejavam regressar à pátria, quando morressem, pediram que os lançassem ao Tibre para que assim a força das águas os levasse de novo à Grécia.

Outros adiantam que esses companheiros de Hércules, arrependidos de terem deixado os seus e a sua pátria, desesperados se lançaram ao Tibre.

Ovídio adianta ainda que esta esta cerimónia se relaciona com o costume que havia de os jovens lançarem ao Tibre os anciãos para que pudessem apenas eles usufruir do direito de voto.

Tum quoque priscorum Virgo simulacra virorum / mittere roboreo scirpea ponte solet. (…)

pars putat, ut ferrent iuvenes suffragia soli, / pontibus infirmos praecipitasse senes. (…)

venit et Alcides, turba comitatus Achiva:  (…)

magnaque pars horum desertis venerat Argis: / montibus his ponunt spemque laremque suum. / saepe tamen patriae dulci tanguntur amore, / atque aliquis moriens hoc breve mandat opus: / “mittite me in Tiberim, Tiberinis vectus ut undis / litus ad Inachium pulvis inanis eam.”[2]

“A Vesta, de uma ponte, então, também costumam / arremessar anciãos feitos de junco (…)

Uns creem que os jovens pr’a sozinhos sufragarem, / arrojaram de u’a ponte os fracos velhos. (…)

Acompanhado dos aqueus, chegou o Alcides[3]: (…)

Deles a maior parte havia vindos de Argos, / e nesses montes põem lar e esperanças. / A saudade da pátria os alcança, porém, / e o moribundo pede um breve esforço: / «Lancem-me ao Tibre! E, pelo Tibre transportado, / que eu, poeira vã, alcance a ináquia praia.»”[4]


[1] Rodrigues, Nuno Simões, Mitos e Lendas da Roma Antiga, Livros e Livros, 2005, p. 43.

[2] Publius Ovidius Naso, Fasti, Liber V, vv.621-622; 633-634; 645; 651-656.

[3] Alcides é um dos nomes de Héracles, em homenagem ao seu avô Alceu.

[4] Ovídio – Os Fastos – tradução de Márcio Meirelles Gouvêa Júnior, Autêntica CLÁSSICA.


DEA DIA

Cortejo dos Irmãos Arvais[1]

As festividades de Dea Dia celebravam-se alternadamente, uns anos nos dias 17, 19 e 20, e outros anos nos dias 27, 29 e 30 de Maio. As cerimónias no primeiro e no último dia ocorriam na cidade, no segundo dia eram celebradas no bosque sagrado da divindade da deusa (lucus). Nuno Simões Rodrigues[2] refere que estas festividades estavam “a cargo dos Irmãos Arvais”[3] e pretendiam obter a fecundidade dos vegetais e sacralizar os primeiros frutos das colheitas futuras.

No primeiro dia (17/27) reuniam-se os sacerdotes Arvais, logo pelas primeiras horas da manhã, na residência do magister[4], vestindo togas pretextas, coroados de espigas presas às ínfulas[5] brancas. O ritual iniciava com a oferta à deusa de incenso e vinho, ungindo com óleo perfumado a sua imagem. Depois, atiravam espigas secas e verdes e sentavam-se. Passado algum tempo, tiravam as togas e iam ao banho, por onde ficavam até por volta do meio dia. Depois, regressavam, lavam as mãos e dirigiam-se ao triclínico e aproveitavam para degustar o que as colheitas lhes proporcionavam e a refeição continuava e no final recebiam um donativo e regressavam a casa,

No segundo dia, o sacerdote que presidia aos Irmãos Arvais dirigia-se ao lucus da deusa e sacrificava dois leitões, como expiação para que se pudessem cortar as árvores do bosque e pudesse trabalhar, e também uma vaca branca. Depois que as entranhas dos animais eram examinadas, as das vacas eram queimadas e fazia-se registo do acontecimento, para que se pudesse provar a realização do sacrifício. Depois do meio dia, já com a presença dos restantes Irmãos Arvais, comiam as carnes dos leitões e o sangue em forma de enchido de sangue. De seguida, os Irmãos Arvais de cabeça coberta com um velo e com as espigas e as ínfulas, faziam, no bosque sagrado da Deusa, um segundo sacrifício, agora, de uma farta cordeira. Regressavam, então ao templo, em procissão, e consagravam à deusa vegetais em vasos de barro. Enquanto isto, dois dos Irmãos Arvais faziam circular espigas entre si, da mão direita de um à mão esquerda do outro e que depois entregavam aos auxiliares do ritual. Depois, dirigiam uma súplica aos vasos que continham os vegetais e em acto contínuo lançavam-nos fora, de dentro do templo, por uma encosta. Comiam, então, pães que estavam colocados em cima de ramos de louro e tirando as coroas de espigas das ínfulas ungiam a imagem da deusa, entoando cânticos pedindo a protecção divina a Marte e aos Deuses Lares para que as calamidades não os assolem. Seguidamente, os Irmãos Arvais executavam uma dança – tripudium[6] – e que no final se elegia o magister para o próximo ano. Finalmente, o dia terminava com corrida de carros e cavalos.

O terceiro dia tinha um ritual muito semelhante ao do primeiro dia, mas com algumas ligeiras alterações. Nomeadamente, depois do banquete, acendiam tochas e oferendavam os Irmãos Arvais e estes levavam-nos para suas casas em vasos reservados para uso religioso.

Estas festividades

CARMEN FRATRUM ARVALIUM

enos Lases iuvate

enos Lases iuvate

enos Lases iuvate

neve lue rue Marmar[7] sins incurrere in pleoris

neve lue rue Marmar sins incurrere in pleoris

neve lue rue Marmar sins incurrere in pleoris

satur fu, fere Mars, limen sali, sta berber[8]

satur fu, fere Mars, limen sali, sta berber

satur fu, fere Mars, limen sali, sta berber

semunis alterni advocapit conctos

semunis alterni advocapit conctos

semunis alterni advocapit conctos

enos Marmor iuvato

enos Marmor iuvato

enos Marmor iuvato

triumpe triumpe triumpe triumpe triumpe[9]


Cântico dos Irmãos Arvales

Ajudai-nos, ó Lares!

Ajudai-nos, ó Lares!

Ajudai-nos, ó Lares!

Não permitas, ó Marmar,que a peste ou a catástrofe caiam sobre o povo

Não permitas, ó Marmar, que a peste ou a catástrofe caiam sobre o povo

Não permitas, ó Marmar, que a peste ou a catástrofe caiam sobre o povo

Fica saciado, feroz Marte, salta o limiar da porta e fica ali,

Fica saciado, feroz Marte, salta o limiar da porta e fica ali,

Fica saciado, feroz Marte, salta o limiar da porta e fica ali,

Invoca de forma alternada a todos os deuses que presidem às sementeiras

Invoca de forma alternada a todos os deuses que presidem às sementeiras

Invoca de forma alternada a todos os deuses que presidem às sementeiras

Ajudai-nos, ó Marmor!

Ajudai-nos, ó Marmor!

Ajudai-nos, ó Marmor!

Triunfo! Triunfo! Triunfo! Triunfo! Triunfo!


BIBLIOGRAFIA:

Henzen, Wilhelm , ed. Acta Fratrum Arvalium quae supersunt (Berlim, 1874)

Valverde, José Contreras et alii, Diccionario de la Religión Romana, Ed. Clásicas, Madrid, 1992.


[1] Baixo-relevo com suovetaurilia, século I aC, Museu do Louvre, Paris.

[2] Rodrigues, Nuno Simões, Mitos e Lendas da Roma Antiga, Livros e Livros, 2005, p. 19.

[3] Os Irmãos Arvais eram um colégio sacerdotal, vitalício,composto por 12 membros, encarregado do culto da Dea Dia. Tinham como missão a protecção dos campos lavrados e a deviam promover a realização de sacrifícios anuais promotores da fertilidade dos campos.

[4] O mestre dos Irmãos Arvais, eleito anualmente no lucus da deusa.

[5] Tiras de lã branca com que os sacerdotes Romanos, e também os gregos, envolviam a cabeça e que pendiam em duas tiras, uma de cada lado.

[6] Dança em três tempos executada pelos Irmãos Arvais nas suas cerimónias, como sinal de bom agoiro.

[7] Forma redobrada de Mars, deus Marte.

[8] Palavra obscura, segundo alguns seria outro epíteto de Marte.

[9] https://www.thelatinlibrary.com/carmenarvale.html