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A Associação CLENARDVS tem como objectivo principal a promoção e o ensino da Cultura e das Línguas Clássicas, em Portugal e nos países de língua portuguesa.
É, essencialmente, uma associação de professores do Ensino Secundário e Universitário, que leccionam línguas clássicas, mas integra, também, nos seus corpos sociais, arqueólogos e historiadores, pois considera que a interdisciplinaridade é essencial para o conhecimento.
A Associação visa apoiar entidades e instituições públicas e privadas, escolas, alunos e docentes a integrar e promover projectos ligados à Antiguidade, levando à democratização do ensino da Cultura e das Línguas Clássicas e permitindo o livre acesso a este saber milenar.
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CENTRO DE FORMAÇÃO CLENARDVS
O Centro de Formação de Professores CLENARDVS, credenciado, desde Março de 2018, pelo Conselho Científico-Pedagógico de Formação Contínua e tem organizado inúmeros congressos, colóquios e acções de formação acreditadas.
As suas áreas prioritárias de formação estão estritamente ligadas aos objectivos da Associação, devendo desenvolver-se, fundamentalmente, na área das línguas grega e latina; da Epigrafia; da Literatura; da Etimologia; da História e Arqueologia e da herança material móvel, através do conhecimento dos Museus Arqueológicos e imóvel (Sítios Arqueológicos).
MENSIS SEPTEMBER

Gravuras “Os meses” Museu Britânico, Londres[1]
O mês de Setembro é assim designado, pois era o sétimo mês do antigo calendário romano, uma vez que o mês de Março era o primeiro mês do ano. Então, Setembro era o sétimo mês do ano. Mas, posteriormente, com a entrada em vigor do Calendário Juliano, foram acrescentados mais dois meses – Janeiro e Fevereiro -, então, deixou de ser o sétimo mês e passou a ser o nono mês do ano.
[1] https://www.britishmuseum.org/collection/object/P_1904-0711-11
FESTIVAIS ROMANOS PÚBLICOS E PRIVADOS
MENSIS SEPTEMBER
LVDI ROMANI

Relevo romano com corrida de quadriga no Circus Maximus, Roma (séculos II-III); Palácio Trinci, Foligno, Itália[1]
Os Ludi Romani eram também conhecidos como Magni. Eram os maiores e os mais caros jogos Romanos, sendo uns dos mais antigos e ocorriam entre os dias 4 e 19 de Setembro em honra de Júpiter Óptimo Máximo. Foram instituídos pelo rei Tarquínio Prisco e eram presididos pelos edis curuis.
O ritual consistia numa procissão junto ao foro desde o Capitólio até ao Circo Máximo. O cortejo era encimado pelo edil que presidia, seguido dos jovens, dos corredores de cavalos e dos combatentes que iam participar nos jogos. No dia 13 era oferecido um banquete ao deus em nome do povo Romano e antes e depois desta data havia representações cénicas e jogos no Circo Máximo.
[1] https://en.wikipedia.org/wiki/Ludi#/media/File:PalazzoTrinci026.jpg
FESTIVAIS ROMANOS PÚBLICOS E PRIVADOS
MENSIS AVGVSTVS
VERTVMNALIA

Vertumno num mosaico do Séc. II d.C. – Museu Arqueológico de Madrid[1].
As Vertumnalia eram festas em honra de Vertumno e tinham lugar no dia 13 de Agosto. Pouco se sabe acerca destas festividades, mas sabemos que era celebrado um sacrifício no Aventino. Vertumno era um deus que presidia à mudança das estações e das coisas, mas também era protector dos pomares e em sua honra eram oferecidos os primeiros frutos. Nas Metamorfoses, Ovídio nos dá conta dos disfarces diversos de Vertumno para conseguir o amor de Pomona.
Quanto à sua origem as dúvidas persistem, uns dão-no como sabino, outros como Romano, mas tudo aponta para que fosse Etrusco. Segundo a lenda, terá desviado o curso do Tibre para que Rómulo e Remo, quando lançados ao rio, fossem encaminhados para lugar seguro.
[1] https://www.romanoimpero.com/2019/07/culto-di-vertumno.html
TIBERINALIA

O sarcófago Mattei é um antigo sarcófago romano do século III, exibido no palácio Mattei em Roma.[1]
As Tiberinalia eram festas em honra de Tiberino, o deus do rio Tibre, e ocorriam no dia 17 de Agosto. O deus Tiberino é representado com longas barbas, segurando numa mão uma cornucópia e acompanhado por perto por uma loba e os gémeos Rómulo e Remo. Tinha um santuário na ilha Tiberina e as festas em sua honra são tardias, século IV d. C. Com o tempo acabaram por se confundir com as Portunalia, que também aconteciam no mesmo dia.
[1] https://en.wikipedia.org/wiki/Tiberinalia
PORTVNALIA

Templo do deus Portuno, Roma.[1]
As Portunalia eram festas em honra de Portuno e tinham lugar no dia 17 de Agosto. O templo estava localizado no Forum Boarium, junto ao Tibre. O deus Portuno inicialmente associado às passagens e às portas, representado como um jovem com as chaves na mão, acabou por ser associado ao deus Tiberino.
[1] https://historiasderoma.com/2019/08/17/portunalia/
VINALIA RVSTICA
As Vinalia rustica eram festas que ocorriam a 19 de Agosto em honra de Júpiter, que protegesse as vinhas das tempestades e intempéries.
CONSVALIA

O rapto das Sabinas – Museu do Louvre[1]
As Consualia eram jogos realizados em honra do deus Conso, uma divindade agrária, cujo altar estava situado no Circo Máximo. As festividades ocorriam nos dias 15 de Dezembro e 21 de Agosto. O altar estava enterrado, e nestes dias era descoberto e realizavam-se as oferendas e depois aconteciam os jogos. Durante o resto do ano o mesmo encontrava-se coberto, tal como as sementes ficavam armazenadas debaixo na terra.
Segundo a tradição as Consualia foram instituídas por Rómulo e o nome parte do deus Conso, que era uma divindade protectora da agricultura. Ora no dia 21 de Agosto o Flâmine Quirinal, acompanhado das Vestais, oferecia as primeiras colheitas, e ao mesmo tempo os agricultores faziam circular os carros e os animais engalanados.
Durante as festividades os animais estavam provados do trabalho árduo e apenas os cavalos podiam participar das corridas no Circo Máximo para deleite do povo.
Segundo a tradição foi precisamente durante a celebração das Consualia de Agosto que aconteceu o célebre episódio do Rapto das Sabinas.
[1] https://www.nicolas-poussin.com/en/works/rape-of-the-sabine-women/
VVLCANALIA

Vulcano, Jardins do Colégio Militar, Lisboa
As Vulcanalia eram festas em honra do deus Vulcano e ocorriam no dia 23 de Agosto. Os dias quentes de Agosto eram propícios a incêndios, então estas festividades tinham como objectivo pedir a intervenção do deus para que protegesse as colheitas do perigo de incêndio.
O culto de Vulcano, que remonta aos inícios fundacionais de Roma, tinha o seu flâmine e este sacrificava, no altar do deus do fogo, no Vulcanal, peixinhos vivos do Tibre, certamente em substituição de vítimas humanas e para aplacar as almas dos mortos. Noutros locais de Roma também, neste dia, se faziam sacrifícios a outras divindades – a Quirino, a Ops, às ninfas e talvez a Juturna, protectora das fontes, lagoas, lagos e nascentes, para que protegessem as colheitas dos estragos causados pelos incêndios nas colheitas e os celeiros. AS festividades continuavam com jogos públicos no Circo Flamínio. Também era costume as mulheres colocarem as roupas e panos ao sol.
OPICONSIVIA

Sestércio de Antonino Pio, 138-161 d.C.[1]
Os Opiconsivia eram festivais em honra de Ops Consívia, a deusa da opulência, da abundância, da riqueza agrícola e celebravam-se no dia 25 de Agosto, no templo a ela dedicado no Capitólio.
A Ops, também se entrega a protecção dos recém-nascidos e está associada à Deusa Reia e surge também como companheira de Saturno. É uma divindade de origem sabina e foi introduzida em Roma por Tito Tácio. Estava também relacionada com o deus Conso, também uma divindade agrária. Destaquemos ainda que as festividades de ambas as divindades Conso e Ops ocorrem separadas pelo mesmo intervalo temporal em Agosto e Dezembro (Consualia 21 de Agosto e 15 de Dezembro e as Opiconsivia 25 de Agosto e 19 de Dezembro).
[1] https://www.cointalk.com/threads/ops-and-consus.395490/
VOLTVRNALIA
As Volturnalia eram festas em honra de Volturno e tinham lugar no dia 27 de Agosto. As origens desta divindade primordial são obscuras, mas é sabido que tinham o próprio sacerdote, o flamen Volturnalis. Pensa-se que fosse pai da ninfa das fontes Juturna e era uma divindade que estava relacionada com o rio Tibre e que o seu nome estivesse relacionado com os redemoinhos que se formam no rio.
Na Campânia há ainda uma cidade e um rio com o nome Volturno, com o qual também poderá identificar-se esta divindade.