EBORA LIBERALITAS IVLIA

Nas cidades da Lusitânia e, particularmente, aquelas que passaram a ter o estatuto jurídico-político de municipium, foi notório o grande desenvolvimento através da edificação de obras públicas, de índole religiosa, administrativa, comercial, bem como as zonas habitacionais e todas as infraestruturas necessárias para o seu funcionamento.
A municipalização de Évora deve ter-se verificado no último quarto do I século a.C..
Alguns investigadores defendem que terá sido numa data anterior ao ano 27 a.C., durante a estadia de Augusto na Península Ibérica.
Évora foi dotada de um grande Forum com o seu templo centralizado; instalações termais; arruamentos e diversas obras para o aprovisionamento de água. O seu templo centralizado de planta rectangular (25 x 5m) do tipo hexástilo – períptero é assente num podium que tem quatro metros de altura, sendo o seu perímetro formado por silhares nos cantos.

O restante é construído em opus caementicium. A colunata é encimada por capitéis de estilo coríntio, sobre os quais ainda se conserva parte da arquitrave e do friso.
O material utilizado é o granito local, à excepção dos capitéis e bases das colunas, onde foi usado mármore de Estremoz.
A sua construção situa-se na primeira metade do século I d.C. , sendo dedicado ao culto do imperador e o podium era envolvido por um espelho de água.
O forum, o centro da cidade romana, era envolvido por um pórtico.
O templo apresenta um bom estado de conservação porque foi reutilizado ao longo dos séculos, quer como torre militar, quer como açougue municipal.
A libertação das edificações que lhe foram apostas deve-se ao cenógrafo Cinatti, tendo o aspecto que apresenta actualmente há quase século e meio.

«Templo Romano de Évora, vulgo Templo de Diana, numa gravura datada de cerca de 1850, reproduzida em Litografia publicada pela Imprensa Nacional.


Esta «gravura é particularmente interessante, porque nos revela a aparência que o Templo tinha à época, escassos vinte anos antes das obras de restauro levadas a cabo em 1871 pelo arquitecto e cenógrafo italiano Giuseppe Cinatti, tendentes a restituir-lhe a sua feição original, da forma que hoje lhe conhecemos.

Com efeito, depois de ter sido parcialmente destruído pelos Visigodos, que no século V invadiram a Península, o que restou do templo foi posteriormente incorporado numa torre do castelo da cidade durante a Idade Média, mantendo-se a base, colunas e arquitraves preservadas pela incrustação na referida estrutura medieval.

No século XIV, tendo-se perdido a sua função militar, foi a dita torre transformada em açougue, uso que se manteve até 1836.

Nos finais do século XVII, o padre jesuíta Manuel Fialho apelidou-o de Templo de Diana.

Segundo este clérigo, autor da célebre obra “Évora Ilustrada”, o templo teria sido fundado por Sertório em honra da sua devoção a Diana, a deusa romana da caça.

Sabe-se hoje que à época da sua construção, entre os séculos I e II da nossa Era, os imperadores romanos eram venerados no Império como divindades e que este templo, à semelhança de outros seus contemporâneos, seria dedicado ao culto imperial.

Contudo, a lenda do padre Fialho prevaleceu pelos séculos e a designação de Templo de Diana ganhou raízes profundas na tradição popular, mantendo-se até à actualidade».

Fotografia e comentário: José Luís Espada Feio

“As Termas Romanas de Évora terão sido construídas entre os séculos II e III. Foram descobertas no final de 1987, aquando das escavações arqueológicas na parte mais antiga do edifício da Câmara Municipal da cidade, no Largo do Sertório. Como qualquer habitante de Évora poderia sempre prever, sempre que há escavações no centro histórico encontram-se mais vestígios do passado. Terão sido estas as termas públicas da cidade da época. Possivelmente, também, o maior edifício público da Évora Romana. Quando se fala em termas romanas é importante perceber que estas desempenhavam um papel essencial na vida deste povo. Para além da questão da higiene, as termas eram locais onde os cidadãos podiam conversar, conviver e até negociar. As Termas Romanas de Évora na Câmara Municipal têm uma área de cerca de 300 m2 e, como todas as termas romanas, são compostas por três áreas distintas: o Laconicum, o Praefurnium e a Natatio. O Laconicum, sala circular com abóbada nervurada e estrelada, revestido com placas de mármore, era utilizado para banhos quentes e de vapor. Esta era a sala com a temperatura mais alta. No seu centro encontrava-se um grande tanque circular embutido no solo, com três degraus, rodeado de um sistema de aquecimento, o hipocaustum. No Praefurnium, espaço escavado apenas parcialmente, pode ver-se uma fornalha, onde se queimaria a lenha para levar ar quente, por exemplo, ao hipocaustum do laconicum. Este servia de sistema central de aquecimento da água e do ar das outras salas. A Natatio era uma piscina retangular ao ar livre, rodeada de pórticos. No lado leste da piscina eram lançadas as águas das termas. Pensa-se que estas águas eram trazidas por um aqueduto próprio que, possivelmente, terá sido o antecessor do Aqueduto da Água de Prata. “

Cit a partir de Aqui

Nenhuma descrição de foto disponível.
Laconicum dos Balneários de Évora

Para melhor conhecer, consulte aqui e aqui

Recolha: Filomena Barata