TONGOBRIGA

Cidade romana edificada entre o final do século I e o início do século II sobre o que terá sido um castro da Idade do Ferro.
As estruturas arqueológicas identificadas – áreas habitacionais, necrópoles, fórum, teatro e edifício das termas – demonstram a importância desta localidade, que chegou a ascender a capital de civitas.
O seu prestígio manteve-se para além da queda do Império, como o atesta a basílica paleocristã do século V. 

Localiza-se na bacia do Douro, no vale de um dos seus principais afluentes, o Tâmega, na freguesia de Marco, concelho de Marco de Canaveses, distrito do Porto, no Norte de Portugal. 

Com construções conservadas até data recente, há uma notícia dada pelo pároco de Santa Maria do Freixo, datada de 1758, na qual se revela que o Freixo algum dia teria sido “cidade de mouros”, da qual eram ainda visíveis “alicerses de muros, com que algum tempo foi murada” (nada menos que a muralha) e “parte de huma mesquita, que mostra haver sido caza de seos falsos deuzes” (nada menos que as termas romanas). A partir daqui

Em finais do século XIX, em 1882, foi descoberta uma ara votiva, dedicada ao Genio Tongobricense, que permitiu estabelecer uma relação entre o sítio arqueológico e uma das paróquias suevas referidas na célebre Divisio Theodemiri, de finais do século VI. Tratava-se de TONGOBRIGA. 

A partir de 1980, trabalhos coordenados, durante mais de 30 anos, por Lino Tavares Dias permitiram identificar um conjunto de estruturas de Época Romana, bem como o seu urbanismo.

Tongobriga estava integrada no conventus bracaraugustanus, com sede em Bracara Augusta.

Durante a dinastia flávia, deve ter assistido a um desenvolvimento acentuado. de que se destaca um forum com funções essencialmente comerciais. Aqui.

Lucerna de volutas, do tipo Dressel-Lamboglia 14, quase inteira, sem asa. Decoração moldada no disco de uma Vitória alada com coroa e clipeus ou escudo redondo. Orla lisa do tipo Loeschke VIb. Tongobriga. Fotografia: José Pessoa. DDF/DGP. Comentário e imagem a partir de Aqui.

Bibliografia sumária:

AGUIAR, Carlos; PINTO, Bruno (2007) Paleo-história e história antiga das florestas de Portugal continental – até à Idade Média, Floresta e Sociedade. Uma história em comum, Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento/Público, Lisboa, p.15-53
ALARCÃO, Jorge (1988) A Paisagem Rural Romana e Alto-Medieval em Portugal, Conímbriga, Coimbra, p. 89-119.
CHOUQUER, Gérard (2010) La Terre dans le monde romain, editions Errance, Paris
DIAS, Lino Tavares (1997) Tongobriga, Instituto Português do Património Arquitectónico, Lisboa
DIAS, Lino Tavares (2010) Povoamento romano na bacia do Douro: A criação de cidades. Tongobriga e o territoriumActas do Coloquio Internacional “Património Cultural y Território en el Valle del Duero, Valladolid, ppp.33-52.
ROCHA, Charles. Centro cívico de Tongobriga. Contributos para a sua reconstituição conjectural. Dissertação de Mestrado em Arquitectura apresentada à Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, 2011 (policopiada).
SÁINZ, JOSÉ SOLANA (2005) La pacificación de los pueblos del norte de Hispania, Arqueologia Militar Romana en Europa, Segóvia, p.145-163
SÁNCHEZ-PALENCIA, F. J.; FERNÁNDEZ-POSE,M.D.; OREJAS, ALMUDENA; SATRE,INÊS; RUIZ DEL ARBOL,MARIA (2007) Mineria Romana de Oro del Nooreste de Hispania, El Ejército Romano en Hispania, Léon, p. 135-156
VEGA, Pedro F. (1999) La Casa Romana, ediciones Akal, Madrid, p. 55-75
ROCHA, Charles, 2011, Centro cívico de Tongobriga. Contributos para a sua reconstituição conjectural. Dissertação de Mestrado em Arquitectura apresentada à Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, 2011 (policopiada).

Tongobriga, Cidade Romana – Área Arqueológica do Freixo, Marco de Canaveses – Direção Regional de Cultura do Norte